16 de agosto de 2016

Qualificar a população adulta

Prepara o Governo novo enquadramento para a qualificação da população adulta para vigorar a partir do próximo ano escolar, acompanhado de discurso político que salienta a prioridade que pretende dar a este objectivo, em sintonia aliás com o Programa de Governo.

A este propósito importa deixar algumas interrogações:
 
Será que se aprendeu com as anteriores experiências e se vão, finalmente, tomar medidas no sentido de uma visão abrangente acerca dos objectivos a atingir e da provisão dos recursos necessários à sua consecução?
 
Será que a justa preocupação em facultar meios de qualificação à população adulta vai ser acompanhada dos incentivos adequados a que a mesma seja, efectivamente, procurada pelas pessoas potencialmente abrangidas?

Será que está vencida a tentação da prossecução de resultados meramente formais, como, em muitos casos, sucedeu no passado?
 
A questão da educação da população adulta foi um dos temas que mereceu atenção específica do projecto Pensar a Educação. 

Do texto final transcrevemos, a seguir, duas passagens que, a meu ver, merecem reflexão.

A educação da população adulta deve ser vista à luz de uma perspectiva abrangente e multidimensional que inclua as seguintes componentes: a alfabetização e a literacia básica, as diversas modalidades de educação (formal, não formal e informal), a formação profissional e as dinâmicas sociais e culturais que tenham por objectivo promover, ao nível da sociedade, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais e assegurar o direito à igualdade de oportunidades. A nível individual, a Educação de Adultos (EA) deve visar o desenvolvimento pessoal e social, incluindo a capacidade de interpretar a realidade e agir sobre o mundo, contribuindo, assim, para a construção da cidadania.

(…) para além da vertente da qualificação, as políticas (da educação de adultos) devem ter também fortes e positivos impactos qualitativos, dificilmente mensuráveis, ao nível da auto-estima, na promoção da emancipação das mulheres, na promoção da literacia de pais e filhos com efeitos no sucesso escolar, na produtividade e na empregabilidade, na medida em que a certificação facilita a identificação das competências próprias de cada indivíduo e a procura de mais educação e formação por parte dos cidadãos em geral.

 
O texto na íntegra pode ser consultado aqui.

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