O Ministro da Educação do actual
governo revela-se cada vez mais como um erro de casting, mais parecendo uma encomenda tardia do anterior executivo.
Por várias vezes temos aqui estranhado a sua forma de intervenção, ao arrepio
das propostas e medidas inicialmente defendidas pela actual coligação.
Deparámo-nos ontem com mais uma daquelas situações, desta vez relativamente à
dimensão das turmas que têm inscritos alunos com necessidades educativas
especiais (NEE).
Segundo notícia do Público on line,
datada das 18:41h de hoje (ler
aqui), o Ministro decidiu acrescentar mais um requisito às condições
necessárias para a redução da dimensão das turmas com estudantes detentores de
NEE. A par da desadequação de mais este requisito, que implica que para que
haja redução se verifique uma inserção efectiva na turma igual ou superior a
60% do tempo curricular dos alunos com NEE, requisito que vários especialistas
já começaram a criticar, o Ministro da Educação agiu, uma vez mais, sem ninguém
ouvir, desrespeitando o andamento dos trabalhos e as iniciativas legislativas
em discussão na Comissão Parlamentar de Educação (CPE).
O despacho, ontem
publicado em Diário da República, prevê ainda a manutenção da dimensão das
turmas vigente no ministério de Nuno Crato, apesar de em sede de CPE o Ministro
se ter comprometido a reduzir “paulatinamente” aquela dimensão.
Segundo os especialistas que já
se pronunciaram e a Inspecção-Geral da Educação e Ciência, mais de 30% dos
alunos com aquelas necessidades dispõem de apoio especializado complementar à
escola. Assim se visa ir ao encontro das necessidades individuais daqueles
alunos, não constituindo o limiar de 60% senão uma medida administrativa que terá em vista limitar tanto quanto possível o número de turmas de dimensão mais
reduzida. Por outro lado, o Ministro da Educação reagiu, mais uma vez, de forma
prepotente e arrogante, eximindo-se de ouvir as instâncias de consulta.
Não será altura de se perguntar o
que faz este Senhor no actual executivo?
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