26 de abril de 2016

Apresentação do livro Pensar a Educação. Temas sectoriais

No passado dia 9 de Abril, entre as 10 e as 13 horas decorreu, na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, a sessão de apresentação da obra Pensar a Educação. Temas sectoriais (*), recentemente editada pela EDUCA. Porque essa obra é o resultado do Projecto Pensar a Educação. Portugal 2015 e do qual já fora publicado, também pela EDUCA, a obra Pensar a Educação (**), a sessão foi mais abrangente do que o seu objectivo inicial.

Dos autores da obra estiveram presentes Maria José Rau, Jorge Martins, José Maria Azevedo e Belmiro Cabrito. Na assistência, colegas que ou estão ou já estiveram na direcção de agrupamentos e de mega-agrupamentos e colegas da administração. O debate foi extenso e intenso. Discutiu-se o próprio objectivo do Projecto Pensar a Educação. Portugal 2015 que se pode concretizar, de forma muito sumária, num estudo em que colaboraram cerca de meia centena de investigadores e consultores que estudou, em profundidade, o nosso sistema educativo no sentido de sobre ele se fazer um diagnóstico alargado, se identificar pontos críticos e sugerir propostas de solução. Se a primeira publicação apresenta o que poderá ser um Programa da Acção para a Educação em Portugal, a segunda obra inclui os estudos que permitiram, à Comissão Executiva do Projecto, a formulação daquele Programa.

A obra Pensar a Educação. Temas sectoriais foi, então, o ponto de partida para um debate que identificou, claramente, problemas/questões que atravessam a nossa educação e o sistema educativo, nomeadamente:

- Problemas suscitados pelos agrupamentos e mega-agrupamentos de escola, entre os quais:

- a sua dimensão, que impede uma gestão eficaz e de proximidade, 

- a descaracterização das instituições incluídas,

- a burocratização, que fomenta o anonimato, transformando docentes e alunos em, apenas, “mais um número”. Como um dos intervenientes na sessão afirmava, não é possível a um director conhecer todos os seus colegas de agrupamento, quando chegam a ser mais de 400 ou a ter uma ideia sobre os seus alunos quando atingem milhares.

- Os efeitos negativos que a constituição “forçada” dos agrupamentos teve nos docentes e nos restantes profissionais de educação e que dificultou/dificulta uma integração de culturas de escola e de práticas educativas.

- A burocratização excessiva do trabalho dos professores que não promove nem permite a procura de formação nem a partilha de experiências ou a motivação.

- A participação das autarquias no processo educativo, tendo sido salientado o perigo que poderá decorrer da municipalização da educação.

- As dificuldades de financiamento com que se debatem as escolas de todos os níveis educativos.

- A centralidade de Lisboa, particularmente desde a extinção das Direcções Regionais de Educação entretanto transformadas em órgãos sem qualquer autonomia, obrigadas a consultar Lisboa para os problemas mais elementares com os atrasos “naturais” que não respeitam a urgência dos problemas reais e que impedem os colegas da administração de realizar, atempadamente, a sua tarefa e contribuem para a sua desmotivação. 

Em suma, a sessão veio a confirmar a oportunidade do Projeto Pensar a Educação. Portugal 2015 e a necessidade de continuar a promover a reflexão e o debate em torno da Educação no sentido de contribuir para, e promover, as mudanças necessárias para a construção de um Sistema Educativo de Dimensão Humana. 

* Silva, M., Cabrito, B., Fernandes, G. L., Lopes, M.C., Ribeiro, M. E. & Carneiro, M. R. (2016) (coordenação). Pensar a Educação. Temas sectoriais. Lisboa: EDUCA. 

** Silva, M., Cabrito, B., Fernandes, G. L., Lopes, M.C., Ribeiro, M. E. & Carneiro, M. R. (2016) (coordenação). Pensar a Educação. Lisboa: EDUCA. 



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