O sucesso escolar a todo o custo tornou-se num novo mito da reforma do sistema educativo. Mas ainda ninguém ousou esclarecer o que se entende por um tal sucesso no que respeita a objectivos visados no que concerne ao conhecimento, aos valores, à cidadania responsável, à qualificação necessária para responder aos desafios do tempo presente e, principalmente, para fazer face a uma visão prospectiva das mudanças estruturais que estão em curso. Por outro lado, não deixa de ser preocupante a ligeireza com que se pretende levar à prática a consumação de um tal mito.
Num artigo recente, Paulo Guinote chama a atenção para a problemática em causa e assim dá voz ao pensamento de muitos outros docentes que desejariam ver consideradas as razões de fundo do insucesso em vez de se verem sujeitos a uma subtil coacção de “faz de conta”.
Não deverá o Ministério da Educação escutar estas reflexões e dar-lhes provimento?
E que dizer do processo em curso visando tornar o financiamento de projectos de escolas sujeito ao poder deliberativo das autarquias? Para onde vai o saudável princípio da autonomia da escola?
Também sobre esta importantíssima questão da municipalização da educação em marcha se debruça Paulo Guinote no artigo abaixo referido, levantando os véus que tentam encobri-la.
Não é demais enfatizar a ideia de que a sociedade civil e a comunidade educativa não devem ficar à margem destes processos administrativos, os quais pelas implicações que têm não deveriam ser conduzidos fora de um enquadramento legal de uma Lei de Bases devidamente discutida e aprovada.
O artigo a que nos referimos encontra-se aqui.
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