Nestes dias em que o ano escolar se aproxima do seu termo, vale a pena parar para pensar e reflectir sobre este artigo de Márcio Berenguer, dado a conhecer no último nº da Revista XXI da FFMS.
O autor leva-nos a conhecer uma escola da Madeira - a Básica 123 do Curral das Freiras cujo contexto social é descrito assim: Uma escola na zona mais pobre e isolada da Madeira, onde metade das famílias não tem internet e 92% dos alunos beneficiam de Acção Social Escolar, tem tido – consistentemente – notas superiores à média nacional. Em 2015, a Escola Básica 123 do Curral das Freiras superou-se. Teve a terceira melhor média nacional no exame de Português do 9.º ano, com 4,4 valores (o máximo é cinco) e foi a melhor escola pública do país na disciplina, num ano em que apenas três escolas públicas ficaram entre os 50 primeiros lugares.
O director, Joaquim Sousa, e a equipe docente acreditam que a escola tem um papel insubstituível enquanto meio de combater a desigualdade e a exclusão social. Nas suas palavras: a escola tem de ser um elevador social, como espaço promotor da igualdade e de oportunidades.
Para tanto é essencial colocar de facto os alunos em primeiro lugar, ir ao encontro dos seus sonhos mas também da sua realidade e saber adaptar programas e métodos, sempre com critérios de exigência máxima quanto à aquisição de conhecimento e à preparação para a vida futura.
Quando chegou à escola, depois do desastre do primeiro ano, Joaquim Sousa disse que ia torná-la na melhor do país. “Olhando para trás, se calhar foi pedir muito. Mas a verdade é que provámos que é possível”, diz, defendendo que o modelo implementado deve ser replicado noutros estabelecimentos de ensino. Não a papel químico, porque é preciso olhar para as características dos alunos e para o contexto social onde a escola está inserida.
Não é tarefa fácil, mas tem de ser possível e sê-lo-á se convictamente assumida e persistentemente cumprida.
É preciso colocar os alunos em primeiro lugar. Colocar mesmo. Isto não pode ser apenas uma frase”, sublinha (Joaquim Sousa), repetindo o que diz aos professores que, ano após ano, têm chegado ao Curral das Freiras. “Isto só funciona se tratarmos os miúdos da mesma forma que queremos que os outros tratem os nossos filhos”
Artigo na íntegra.
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