E cá temos, uma vez mais, os rankings das escolas. Sem grande surpresa, a ordenação SIC/Expresso, seguindo a metodologia habitual que compara o que não é comparável, faz aparecer este ano a primeira escola pública no 27º lugar. Comentadores e jornalistas mais “apressados” aproveitam estes resultados para afirmar a superior qualidade das escolas privadas, enfatizando que se reforça assim a tendência anterior.
Só que desta vez o Ministério da Educação (ME) fez a sua parte do trabalho de casa e propõe-nos em alternativa o indicador de promoção do sucesso escolar. Embora não conheçamos ainda em pormenor a metodologia da sua construção, é-nos dito que a hierarquização das escolas feita com base neste indicador leva em conta as diferenças de estatuto socio-económico das famílias de origem dos estudantes que compõem maioritariamente a população de cada escola. E este aspecto não é de menor importância: a sua utilização pelo ME conduz a que um número muito significativo de escolas públicas apareçam muito mais bem colocadas do que na hierarquização SIC/Expresso.
Com efeito, a origem socio-económica das famílias de origem condiciona fortemente as oportunidades de sucesso escolar dos seus filhos: as famílias com maiores recursos, eventualmente mais escolarizadas, dispõem de mais meios de acesso a actividades complementares de educação, como por exemplo explicadores e salas de estudo. O ambiente cultural é geralmente mais rico e as redes de amizades reforçam as oportunidades de acesso a bens educacionais e culturais.
Por contraponto, é interessante constatar o sucedido com várias escolas públicas portuguesas depois da introdução dos agrupamentos: escolas que quase sistematicamente se situavam nos primeiros lugares, segundo os rankings tradicionais, desceram muito significativamente naquelas ordenações após a sua integração em agrupamentos onde passaram a estar incluídas populações de bairros sociais. Por outro lado, Portugal constitui um dos países da OCDE com maior percentagem de estudantes resilientes: ou seja, os que situando-se no seu país de origem no quartil inferior da base PISA, em termos socio-económicos, conseguem ter o mesmo nível de aproveitamento dos estudantes de topo (quartil superior de desempenho) no conjunto dos países daquela organização (OECD, Education at a Glance).
Por estas razões, será de esperar que ao fazer-se o controlo do desempenho dos alunos pelo nível económico e social das famílias de origem, como sucede com o novo indicador de promoção de sucesso escolar, se venham a obter resultados ainda mais positivos para as nossas escolas públicas e a demonstrar que o ensino privado não é necessariamente de melhor qualidade.
Ou será que existem vícios de raciocínio nesta nossa reflexão?
Só que desta vez o Ministério da Educação (ME) fez a sua parte do trabalho de casa e propõe-nos em alternativa o indicador de promoção do sucesso escolar. Embora não conheçamos ainda em pormenor a metodologia da sua construção, é-nos dito que a hierarquização das escolas feita com base neste indicador leva em conta as diferenças de estatuto socio-económico das famílias de origem dos estudantes que compõem maioritariamente a população de cada escola. E este aspecto não é de menor importância: a sua utilização pelo ME conduz a que um número muito significativo de escolas públicas apareçam muito mais bem colocadas do que na hierarquização SIC/Expresso.
Com efeito, a origem socio-económica das famílias de origem condiciona fortemente as oportunidades de sucesso escolar dos seus filhos: as famílias com maiores recursos, eventualmente mais escolarizadas, dispõem de mais meios de acesso a actividades complementares de educação, como por exemplo explicadores e salas de estudo. O ambiente cultural é geralmente mais rico e as redes de amizades reforçam as oportunidades de acesso a bens educacionais e culturais.
Por contraponto, é interessante constatar o sucedido com várias escolas públicas portuguesas depois da introdução dos agrupamentos: escolas que quase sistematicamente se situavam nos primeiros lugares, segundo os rankings tradicionais, desceram muito significativamente naquelas ordenações após a sua integração em agrupamentos onde passaram a estar incluídas populações de bairros sociais. Por outro lado, Portugal constitui um dos países da OCDE com maior percentagem de estudantes resilientes: ou seja, os que situando-se no seu país de origem no quartil inferior da base PISA, em termos socio-económicos, conseguem ter o mesmo nível de aproveitamento dos estudantes de topo (quartil superior de desempenho) no conjunto dos países daquela organização (OECD, Education at a Glance).
Por estas razões, será de esperar que ao fazer-se o controlo do desempenho dos alunos pelo nível económico e social das famílias de origem, como sucede com o novo indicador de promoção de sucesso escolar, se venham a obter resultados ainda mais positivos para as nossas escolas públicas e a demonstrar que o ensino privado não é necessariamente de melhor qualidade.
Ou será que existem vícios de raciocínio nesta nossa reflexão?